quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Museu MHIF participa de Oficina de Conservação de Acervos

Em vista de melhorar os cuidados com o acervo do Museu Histórico e Cultural das Irmãs Franciscanas, mantendo-no conservado por mais tempo, a auxiliar administrativa do museu Franciele Maffi e a Irmã Ivone Becker participaram de uma oficina oferecida pelo Sistema Municipal de Museus de Santa Maria. A oficina, que ocorreu nos dias 14 e 15 de dezembro/2009, tratava da Conservação de Acervos, e foi ministrada pela professora Andréa Lacerda Bachettini da UFPEL.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

MHIF no SEPE 2009

O Museu Histórico-Cultural das Irmãs Franciscanas participou do último Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPE), realizado no mês de novembro no Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). No dia 11 de novembro, os trabalhos já estavam expostos: "Museu Histórico-Cultural das Irmãs Franciscanas: Práticas Museológicas de Preservação da Memória" e "Museu Histórico-Cultural das Irmãs Franciscanas: Um Espaço de Sociabilidade, Ensino e Memória". As autoras foram entrevistadas por uma aluna do curso de jornalismo, e as matérias foram publicadas no site Noticiência Digital, projeto do curso de Comunicação Social hab. Jornalismo da UNIFRA. Leia abaixo.

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Fotos também são ferramentas históricas. O pôster da acadêmica de história da Unifra, Janaína Vargas, exposto no SEPE (Simpósio de Ensino Pesquisa e Extensão), é prova desta afirmação. Ela trabalha no setor de conservação do Museu Histórico Cultura das Irmãs Franciscanas e mostrou a realização da preservação do acervo iconográfico do local. Entre elas estão fotos trazidas de países como Europa, Holanda, Itália e Alemanh
a, desde a década de 70, onde elas realizam missões. São mais de 3 mil fotos que passam por tratamento digital e em seguida pelo processo de eternização.

Janaína contou que a preservação é feita com papel PH Neutro, estilete, réguade aço, espátula de osso e lápis 6B. As imagens são transformadas em espécies de folders e trazem também conteúdo oriundo de relato oral das irmãs. Cerca de 12 entrevistas for
ma realizadas pela aluna. “Elas identificam elementos do retrato e dos objetos do museu para que possamos fazer uma contextualização, já que por trás deste objeto existe uma história”. A irmã Clara Leal Soares está entre as entrevistadas. Ela, que atuou por muito tempo no Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo, contou como eram os materiais utilizados na área de saúde da época, como a seringa de vidro, que só substituía a agulha para tratar os pacientes.
Além do relato oral das irmãs, existe ainda a consulta a livros, sobre determinados objetos.
A experiência adquirida por Janaína para tratar do acervo veio da disciplina de Museologia, conta. A idéia da valorização de um espaço que sirva não só para guardar coisas velhas, mas para gerar identificação nas pessoas com a sua história, são lições do curso, segundo a acadêmica.
As fotos serão expostas alternadamente no museu, já que nem todo o trabalho pode ser divulgado por conta do espaço físico restrito do local.

Camila Gonçalves



O Museu Histórico Cultural das Irmãs Franciscanas também foi explorado no SEPE (Simpósio de Ensino Pesquisa e Extensão) 2009 da Unifra pelo viés educativo. O pôster, de autoria da responsável pelo museu, Irmã Ivone Rupolo e da auxiliar administrativa, Franciele Roveda foi denominado “Um espaço de sociabilidade, ensino e memória”.

Como lembra a irmã Ivone, a ação educativa não ocorre só na sala de aula, mas em diferentes lugares, principalmente quando se trata de história. “Desperta toda esta questão da curiosidade, interação do adulto com objeto, para toda cultura, todo conhecimento para toda uma prática educativa que venha contar a história”, completa.
Lá existem duas salas de exposição e salas destinadas à Madre Madalena, precursora das irmãs e à história da congregação, desde 1903, quando as suas representantes chegaram a Santa
Maria. O público visitante é diverso, vai de alunos de séries iniciais a alunos mestrandos. Para isso, a linguagem tem que ser adaptada no acompanhamento dos grupos. Por este motivo também, as visitas são feitas mediante agendamento, dando tempo para que sejam expostos os objetos adequados aquele público, entre as mais de 23 mil peças museológicas. No ano passado foram contabilizados 310 visitas.
Muito além dos painéis, que ajudam a contextualizar a história de cada objeto, os visitantes conseguem interagir com a história, como no caso da marimba, um instrumento musical de madeira que era usado em rituais litúrgicos na Guatemala. “Tem toda essa comunicação do objeto com o visitante reportando para os momentos da história, na década de 70,
80 onde as irmãs coletaram rádios antigos, objetos representam missão das irmãs como Guatemala e Tanzânia”, detalha Franciéle.

O museu existe há dois anos, mas o acervo foi coletado há 35 anos. Ele fica na Avenida Medianeira, ao lado do supermercado Nacional.
Camila Gonçalves

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Algumas fotos da equipe no XIII SEPE :






Breve Histórico do Museu Histórico-Cultural das Irmãs Franciscanas




O Museu das Irmãs Franciscanas, inicialmente intitulado Museu da Província Franciscana, teve seu acervo coletado a partir de 1972. Desde seu início, esteve aos cuidados das Irmãs da própria Congregação da Província de Santa Maria, em especial da Irmã Elenara Vogel, uma das primeiras incentivadoras na coleta e guarda dos objetos.
Cabe destacar que, dentro desse processo de coletar e guardar acervos, as Irmãs possuíam atenção voltada principalmente a preservar sua história através dos objetos coletados ao longo do tempo. As Irmãs prestavam ao acervo o tratamento que conheciam e mediante suas possibilidades, que consistia basicamente na retirada do pó das peças, no recebimento dos objetos e na organização dos mesmos, colocados um ao lado do outro em estantes de vidro.

Ao perceber o grande número de objetos coletados, a direção da SCALIFRA Gestão 2006/2009, representada pelas Irmãs Valderesa Moro (diretora-presidente), Irani Rupolo (diretora vice-presidente), Ivone Rupolo (diretora-secretária), Rita Beatriz Röhsler (diretora vice-secretária), Carmelita Barbosa Machado (diretora-tesoureira) e Inacir Pederiva (diretora vice-tesoureira), percebeu a importância da história ali contada.

Resolveu-se então buscar a atuação de um profissional especializado para oficializar e organizar um Museu, com o intuito de remodelá-lo de acordo com as normas e procedimentos técnicos contemporâneos da museologia (que consistem na pesquisa, conservação e comunicação do acervo) e com o objetivo de valorizar a história, principalmente da Província Imaculado Coração de Maria de Santa Maria-RS, preservada por 35 anos. Após o falecimento da Irmã Elenara, os cuidados deste espaço passaram a ser responsabilidade da Irmã Clélia Philippsen (hoje com 92 anos), uma das grandes colaboradoras na preservação e difusão da Memória desta Instituição Religiosa.

No ano de 2007, foi contratada para elaborar e desenvolver um projeto de Sistematização, Organização e Documentação do Acervo Museológico a profissional especialista em museologia, Giane Vargas Escobar. Formou-se também uma equipe constituída por estagiários de diversas áreas, como Arquivologia, História, Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Sistemas da Informação, que trabalharam junto ao acervo. A equipe realizou a boneca do inventário, um levantamento inicial que se faz para verificar quantas peças existem em um acervo, e encontrou 23.000 peças. Destas, 16.680 filmes diapositivos, slides e fotografias e 6.230 pedras, livros, discos, lembranças, paramentos litúrgicos, arte sacra, instrumentos musicais, aparelhos de comunicação, moedas, entre outras várias tipologias de acervo.

O Museu foi criado oficialmente em 16 de novembro de 2007, durante a Assembléia Geral Ordinária da União de Franciscana de Cultura Cristã (UFCC) e incorporado, na mesma ocasião, junto à entidade mantenedora Sociedade Caritativa e Literária São Francisco de Assis (SCALIFRA-ZN). Neste mesmo ano, foi criada a logomarca do museu pelo curso de Design da UNIFRA representado pela professora Salette Marchi e escolhido o seu nome na Assembléia, Museu Histórico e Cultural das Irmãs Franciscanas Santa Maria/RS (MHIF).

Além dos tramites legais da criação do museu, o prédio também passou por um processo de revitalização, com as reformas que foram realizadas na sua estrutura-física, tanto no que diz respeito na parte de conservação do acervo (sala de higienização, reserva técnica, sala de acondicionamento e iluminação das salas de exposição) bem como adaptações para o recebimento de visitantes com necessidades especiais (rampas de acesso, portas largas e barras de apoio nos banheiros).

Conforme o trabalho foi se desenvolvendo, a direção da SCALIFRA-ZN decidiu dar mais um passo na caminhada na construção do museu, solicitando à responsável técnica Giane Vargas Escobar a elaboração de um projeto de exposição de longa duração das peças para duas salas.
Após discussões e reuniões com arquitetos (ArqConjunta) e a direção, a primeira sala foi montada. Sua inauguração deu-se em setembro/2008, em ocasião do 13º Capítulo Provincial. A sala traz a história e o carisma de sua Fundadora Madre Madalena Damen, que iniciou a congregação na Holanda em 10 de maio de 1835. Também relembra a história da vida de São Francisco de Assis e a chegada das Irmãs em Santa Maria (1903), que vieram de Porto Alegre para trabalhar junto ao Hospital de Caridade a pedido do Dr. Astrogildo de Azevedo (mediante um contrato firmado entre ambas as partes) e a trajetória das Irmãs Franciscanas na área da saúde e do ensino.

A segunda sala de exposição, do mesmo modo que a primeira, foi pensada com cuidado e atenção em vista de preservar com zelo a história das Irmãs. Trazendo a história das missões das Irmãs da Província pelo mundo em países como a Tanzânia, Guatemala e Indonésia, a sala contém desde lembranças dos países até instrumentos musicais, rádios, aparelhos de comunicação, máquinas fotográficas e arte sacra.

O museu encontra-se atualmente cadastrado no Sistema Municipal de Museus de Santa Maria/RS e as duas salas já estão em funcionamento sob agendamento prévio. Os objetos expostos no museu buscam, principalmente, preservar e retratar de forma especial e um tanto carinhosa a trajetória e opção de vida assumida por Madre Madalena Damen e suas seguidoras, assim como transmitir sua história para todos que quiserem conhecê-la.

Redigido por: Franciele Roveda Maffi e Bibiane Moreira.

Montagens: Douglas Menezes e Bibiane Moreira.